42 das vítimas eram civis que tinham sido detidos pelo grupo terrorista
Lusa
Um bombardeamento aéreo, esta segunda-feira, da coligação antiterrorista conduzida por Washington contra uma prisão dirigida pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), no leste da Síria, causou pelo menos 57 mortos, na maioria civis detidos, informou hoje uma ONG.
"O bombardeamento visou uma prisão do EI na cidade de Mayadine na segunda-feira de madrugada, provocando a morte de 42 civis detidos e 15 'jihadistas', entre os quais guardas e presos", disse o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, à agência France Presse.
Segundo fontes do OSDH na cidade, o Estado Islâmico expôs os corpos das vítimas numa rua. Mayadine situa-se na província de Deir Ezzor (leste), na sua grande maioria controlada pelo EI e bombardeada regularmente pela coligação internacional, mas também pela aviação síria e do seu aliado russo. Há uma semana, a coligação anunciou ter morto um alto responsável do EI num ataque aéreo em maio nesta cidade, próxima da fronteira iraquiana. Vários responsáveis do Estado Islâmico foram mortos nos últimos meses pela coligação conduzida pelos Estados Unidos, na Síria e no Iraque, onde o grupo 'jihadista' é alvo de ofensivas aos seus últimos bastiões. Mais de 320.000 pessoas foram mortas na guerra da Síria desencadeada em 2011.
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O chanceler russo, Sergei Lavrov, comentou o ataque da coalizão internacional liderada pelos EUA contra o avião militar sírio.
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"Apelamos aos EUA e a todos os outros que têm suas forças ou conselheiros no terreno [sírio] para que garantam a coordenação no nosso trabalho. As zonas de desescalada são uma das possíveis variantes de avanço. Convidamos todos a evitar ações unilaterais, a respeitar a soberania da Síria e a se juntarem a nós no nosso trabalho comum, que é coordenado com o Governo da Síria", declarou ministro do Exterior russo.
Comentando a situação atual na Síria, inclusive a presença dos EUA no sul do país, Sergei Lavrov frisou que todas as ações devem ser acordadas com Damasco.
"É assim que fazemos com o Irã e a Turquia enquanto avançamos nas negociações em Astana, todas as nossas iniciativas, propostas, coordenamos com a parte síria", lembrou ministro. A coalizão internacional liderada pelos EUA derrubou neste domingo um avião da Força Aérea da Síria nos arredores da cidade de Raqqa. A coalizão internacional está realizando uma operação militar na Síria contra os militantes do grupo Daesh desde 2014. Mas a coalizão está atuando sem autorização do governo legítimo do país. Militares russos, depois do incidente com o avião da Força Aérea síria derrubado por um caça-bombardeiro dos EUA, suspenderam a cooperação com o Pentágono que visava evitar incidentes no espaço aéreo sírio.
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A partir de agora, a aviação e drones da coalizão internacional serão acompanhados pelas unidades da defesa antiaérea russa, declarou o Ministério da Defesa da Rússia que traçou a "linha vermelha" ao longo do rio Eufrates.
Em um comentário para a Sputnik Japão, o analista militar Konstantin Sivkov expressou a opinião que o Su-22 derrubado é mais um sinal de a guerra na Síria estar passando para uma nova fase.
"O Su-22 derrubado pelos norte-americanos é uma ação muito grave. De fato, é mais um sinal de que a guerra na Síria está passando para uma nova fase, a fase da intervenção militar dos EUA contra a Síria. É grave e é perigoso", explica Sivkov. Ele prevê o que pode acontecer depois deste incidente. A Rússia poderia desistir de apoiar a Síria, mas isto significaria o fim da autoridade de Putin, o que pode criar o risco de perturbações no país, opina o analista. Ou então a Rússia teria que entrar numa guerra com os Estados Unidos. "O bombardeio da base área de Shayrat, o ataque contra tropas sírias perto da fronteira com a Jordânia e, agora, a derrubada do Su-22. Os EUA começaram sua agressão gradualmente. Isto é muito perigoso", resumiu o analista militar russo. A coalizão internacional liderada pelos EUA que luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) na Síria confirmou que tinha derrubado um avião sírio Su-22 na província de Raqqa após este ter supostamente lançado bombas próximo das posições da oposição síria (Forças Democráticas Sírias). Damasco, por sua vez, declarou que, no momento, o caça sírio estava participando de uma operação contra o agrupamento terrorista Daesh. Nesta segunda-feira (19), o Ministério da Defesa russo disse em um comunicado que a derrubada do avião da Força Aérea síria pela aviação americana é uma "violação cínica da soberania da República árabe da Síria".
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Além disso, a entidade comunicou que, a partir de 19 de junho, o ministério suspende a interação com os EUA no âmbito do memorando conjunto sobre a prevenção de incidentes no espaço aéreo sírio.
"A partir de 19 de junho do ano corrente, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia suspende a cooperação com a parte americana no âmbito do memorando conjunto sobre a prevenção de incidentes e garantia de segurança dos voos da aviação no decorrer das operações na Síria e exige uma investigação escrupulosa por parte do comando americano, com apresentação dos respectivos resultados e medidas tomadas", diz-se no comunicado.
"Nas regiões do espaço aéreo sírio onde a aviação russa efetua suas missões de combate, quaisquer meios aéreos, inclusive aviões e veículos não tripulados da coalizão internacional, detectados a oeste do rio Eufrates serão acompanhados pelos dispositivos aéreos e terrestres da defesa antiaérea russos e considerados como alvos aéreos", advertiram os militares russos. Ademais, o ministério frisou que as ações americanas em relação às Forças Armadas da Síria podem ser qualificadas, de fato, como "agressão militar". "As repetidas ações militares da aviação americana sob o disfarce de 'combate ao terrorismo' contra as Forças Armadas legítimas de um país-membro da ONU são uma violação gritante do direito internacional e, de fato, um ato de agressão militar em relação à República Árabe da Síria", indica o comunicado do ministério. A entidade adiantou que o comando da coalizão internacional, encabeçada pelos EUA, não usou os canais de comunicação com a Rússia para prevenir incidentes no espaço aéreo durante a operação em Raqqa, onde um avião governamental Su-22 foi abatido. "Naquele momento, os aviões da Força Aeroespacial russa estavam atuando no espaço aéreo sírio. Porém, o comando das forças da coalizão não usou o canal de comunicação que existe entre os comandos aéreos da base aérea de Al-Udeid (no Qatar) e a base de Hmeymim [na Síria] para prevenção de incidentes no espaço aéreo sírio", prosseguiu. A coalizão internacional liderada pelos EUA que luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) na Síria e no Iraque confirmou que tinha derrubado um avião sírio Su-22 na província de Raqqa após este ter supostamente lançado bombas próximo das posições da oposição síria (Forças Democráticas Sírias). Damasco, por sua vez, declarou que, no momento, a aviação síria estava realizando uma operação contra o agrupamento terrorista Daesh. A coalizão internacional liderada pelos EUA derrubou neste domingo um avião da Força Aérea da Síria nos arredores da cidade de Raqqa, informou um comunicado do ministério da Defesa da Síria.
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"A nossa aeronave foi abatida hoje, no horário do almoço, nos arredores da cidade de Raqqa, no momento em que este realizava uma missão contra o Daesh", explicou o comunicado.
Segundo o ministério da Defesa, a aeronave foi abatida e o "piloto até o momento não foi localizado". Os militares sírios afirmam que a coalizão derrubou o avião, pois estaria "coordenando as suas ações com o Daesh".
"As suas ações visam parar os avanços do exército da Síria e de seus aliados no combate ao terrorismo, no momento em que o nosso exército e aliados alcançam grandes progressos", destacou o ministério da Defesa do país árabe. Este não é o primeiro incidente do gênero, provocado pelas atividades da coalizão liderada pelos Estados Unidos em Raqqa. A mídia síria já informou a morte de pelo menos 43 civis em resultado de ataques aéreos da coalizão na mesma localidade. O Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou os ataques aéreos e enviou duas cartas ao secretário-geral da ONU e ao chefe do Conselho de Segurança da ONU, em que as ações da coalizão foram comparadas aos crimes do Daesh. Poucos dias depois, a mídia libanesa informou que os ataques aéreos da coalizão mataram mais de 30 civis mais perto de Raqqa. Raqqa está sob o controle da Daesh desde 2013, e é a capital da organização na Síria. A operação para retomar Raqqa, conduzida por uma coalizão composta por quase 70 países, está em andamento desde novembro de 2016. Os seus ataques aéreos na Síria não são autorizados pelo Conselho de Segurança da ONU, nem pelo governo de Bashar Assad. |
AutorLuiz Maia HistóricoCategorias
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