Enquanto Israel continua bombardeando a Síria, Thomas Flinchy, cientista político da Universidade Paris-IV, fala com a Sputnik sobre a possível razão deste comportamento de Israel.
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A tensão está no vermelho entre a Síria e Israel, que continua a levar a cabo ataques aéreos contra o território sírio. Thomas Flinchy, historiador e membro do Centro Roland Mousnier de Sorbonne, comentou a atual situação em conversa com a Sputnik.
Israel tem uma política bastante oportunista no Oriente Médio e procura garantir a sua própria sobrevivência em um ambiente bastante hostil. Nesta lógica, a cooperação com o Daesh poderá beneficiar o governo israelense.
"Ele [Israel] tem uma política de equilíbrio, os israelenses não querem verdadeiramente que o Daesh desapareça. Além disso, o Daesh nunca atacou Israel do ponto de vista militar ou ideológico, o que mostra que Israel não é um verdadeiro inimigo para o Daesh", acrescentou Flinchy. Além disso, para garantir esta tranquilidade política, o governo de Israel, de acordo com o analista, aceitou acolher terroristas do Daesh e prestar-lhes assistência médica. Por seu lado o Daesh está interessado na instabilidade nesta região, especialmente na Síria. "Israel mantém o Daesh sob controle porque está interessado no caos na região e na máxima instabilidade para garantir a sua própria estabilidade. É uma política bastante cínica, mas ela existe", concluiu o analista. Anteriormente, o primeiro-ministro de Israel tinha declarado que Israel iria continuar a realizar ataques aéreos contra colunas de veículos sírios que transportam armas para o Hezbollah. Em resposta a isso, o presidente sírio afirmou que a proteção das fronteiras nacionais é o dever das autoridades mesmo que Israel decida destruir os sistemas antiaéreos sírios.
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, avisou o Irã que Israel "considera como algo grave" suas intenções de estabelecer uma presença militar na Síria e armar o grupo xiita libanês Hezbollah com armamento avançado.
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Netanyahu fez as advertências no início da reunião de seu gabinete, no dia seguinte após diversos projéteis desviados com origem na Síria terem caído em território israelense (sem causar vítimas nem danos).
O exército de Israel bombardeou as posições das forças governamentais sírias de onde supostamente foram lançados os mísseis, matando duas pessoas, segundo as fontes sírias.
Por sua vez, o Ministério de Defesa da Rússia comunicou hoje (25) que a aviação israelense destruiu veículos blindados do grupo terrorista Frente al-Nusra (atual Frente Fatah al-Sham) e não posições das tropas governamentais sírias. "Nossa política é clara. Não aceitaremos nenhum tipo de 'chuva', nem de morteiros, foguetes ou propagação de fogo [da guerra síria]. Responderemos com força a qualquer ataque em nosso território contra nossos cidadãos", afirmou o premiê. Netanyahu tem reiterado repetidamente que não aceitará a presença militar iraniana permanente em sua fronteira. Militares da Síria informaram neste sábado que os ataques aéreos lançados por Israel contra o país, a princípio contra instalações militares sírias após granadas terem atingido as Colinas de Golan, também mataram vários civis.
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Rebeldes, incluindo facções islâmicas de linha dura, lutaram contra o exército sírio na província de Quneitra, na fronteira com as Colinas de Golan ocupadas pelos israelenses, relatou a mídia estatal síria neste sábado.
Os militares israelenses informaram que 10 projéteis vindos da Síria atingiram Israel e a retaliação veio por meio de um ataque aéreo na posição em que foram lançados, enquanto o exército israelense fez como alvo dois tanques do exército sírio.
Em uma declaração anterior aos ataques, o exército de Israel descreveu o incêndio dentro do território do país como um fogo errante, mas depois o chamou de “violação inaceitável” de sua soberania. Uma fonte militar síria disse que o foguete israelense atingiu um prédio residencial, causando várias mortes de civis e outros danos. A fonte não mencionou o fogo sírio contra Israel e disse que o ataque israelense foi em apoio aos rebeldes jihadistas. Monitor de guerra, o Observatório da Síria para os Direitos Humanos disse que os grupos rebeldes em Quneitra lançaram um assalto e estavam atacando posições do exército perto da cidade de Baath. Israel atacou a Síria várias vezes durante o conflito, às vezes depois que os projéteis aterraram nas Colinas de Golan, mas também para atacar o fornecimento de armas do grupo libanês Hezbollah, que está lutando ao lado do governo sírio. A guerra civil da Síria, entre o presidente Bashar Assad e os rebeldes que procuram expulsá-lo, já dura seis anos e matou milhares de pessoas, além de fazer milhões fugirem de suas casas. O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, advertiu que caso Israel desencadeie uma guerra contra a Síria ou o Líbano, "centenas de milhares de combatentes" virão lutar de outros lugares do Oriente Médio.
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A tensão entre Israel e o seu inimigo Hezbollah tem aumentado nos últimos meses, após Donald Trump ter chegado ao poder nos EUA, fazendo do Irã foco de suas críticas.
"O inimigo israelense tem que saber que caso lance uma guerra contra a Síria ou o Líbano, a luta não se limitará a ser libanesa e israelense ou síria e israelense", afirmou Nasrallah em um discurso transmitido pela televisão.
Ele sublinhou que "isto não quer dizer que haja Estados que vão intervir diretamente, mas poderia se abrir o caminho para que milhares, inclusive centenas de milhares de combatentes de todo o mundo árabe e islâmico participem, do Iraque, Iêmen, Irã, Afeganistão e Paquistão". Nasrallah faz advertências a Israel periodicamente como parte de uma política de dissuasão, segundo alguns analistas. |
AutorLuiz Maia HistóricoCategorias
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