Washington está preparando terreno para agressão militar contra a Síria ao ter acusado o presidente do país, Bashar Assad, de estar preparando um novo ataque químico, declarou à Sputnik o vice-presidente do Comitê da Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Andrei Krasov.
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Mais cedo, a Casa Branca acusou as autoridades sírias de estar preparando um novo ataque com armas químicas e avisou que EUA não iriam se calar. "[Washington] está preparando o terreno para justificar essa agressão militar contra um Estado soberano [Síria]", acredita.
Krasov também apontou que EUA sempre usam "notícias falsas" para "desestabilizar a situação em certos países".
Em particular, o deputado especificou a situação no Iraque, quando o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU suposta informação sobre o governo iraquiano possuir armas químicas que, por sua vez, justificou a invasão no país, bem como a derrubada de Sadam Husein. "Não há nada de novo, acho que a comunidade internacional deva condenar essas ações impulsivas por parte da administração dos EUA", apontou. A oposição síria denunciou, em 4 de abril, um suposto ataque com armas químicas na cidade de Khan Shaykhun (província de Idlib), que deixou mais de 80 mortos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Forças de oposição culparam Damasco pelo incidente, mas as autoridades sírias rejeitaram as acusações, alegando que todos os arsenais químicos foram retirados do país e eliminados sob a supervisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ). O governo sírio declarou nunca ter usado substâncias tóxicas contra a sua população, nem contra forças de oposição ou terroristas. Apesar de a investigação do ataque ainda não ter sido concluída, em 7 de abril, 59 mísseis norte-americanos atacaram a base aérea síria de Shayrat (província de Homs), em "retaliação" ao uso de armas químicas pelo governo de Bashar Assad.
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Um senador russo avisou sobre possíveis novos ataques norte-americanos contra o exército sírio ao comentar a afirmação de Washington que os EUA "detectaram preparações potenciais" para realização de um ataque químico pelo governo da Síria.
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Mais cedo, a Casa Branca afirmou em um comunicado que o presidente sírio, Bashar Assad, está alegadamente preparando um ataque químico, que "deverá resultar em massacres de civis".
"Está claro que os EUA estão preparando um novo ataque contra as posições das tropas sírias. Está sendo planejada outra provocação cínica e sem precedentes", disse o primeiro vice-presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo), Frants Klintsevich.
O senador afirmou que a nova provocação dos EUA "será mascarada como um ataque químico", podendo ser seguido posteriormente por um ataque norte-americano "contra um grupo que está à beira de uma solução construtiva da situação". Ele também sublinhou que isto apresenta ameaça aos militares russos que estão na Síria e a outros especialistas. "Existe ameaça real à vida deles", acredita. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou as recentes declarações da Casa Branca dizendo que as ameaças norte-americanas contra a Síria são "inaceitáveis".
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Mais cedo, Washington anunciou ter identificado preparativos para um eventual ataque químico por parte das autoridades sírias. A Casa Branca também declarou estar pronta para responder a tal ataque.
Além de qualificar as ameaças dos EUA como "inaceitáveis", o porta-voz do Kremlin confirmou o fato de haver perigo de provocações repetidas com armas químicas na Síria.
"Nós estamos cientes desta declaração. Não sabemos qual é o seu fundamento e, claro, discordamos categoricamente do discurso de 'mais um ataque'", disse Peskov, se referindo ao ataque à base aérea de Shayrat realizada em 6 de abril por ordem direta do presidente estadunidense, Donald Trump. O ataque norte-americano foi realizado como resposta ao suposto bombardeio químico da cidade de Khan Shaykhun, na província síria de Idlib. As autoridades sírias negam ter usado armas químicas naquela região. Até agora, não há evidências que provem as acusações norte-americanas. Damasco insiste que todo o seu arsenal de armas químicas foi destruído, o que foi confirmado ainda em janeiro de 2016 pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). Governo americano advertiu que, se o ataque ocorrer, Damasco pagará 'um preço alto'. Síria diz não ter armas químicas.
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O governo americano denunciou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, está preparando um novo ataque com armas químicas para provocar o "massacre" de civis e advertiu que, se o ataque acontecer, Damasco pagará "um preço alto".
"Os Estados Unidos identificaram a possível preparação de outro ataque com armas químicas por parte do regime de Assad, que poderia provocar um massacre de civis, incluindo crianças inocentes", disse o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, em um comunicado divulgado na segunda-feira (26) à noite.
De acordo com a Casa Branca, as atividades são similares aos preparativos que o regime realizou antes do ataque com armas químicas em 4 de abril de 2017 contra uma cidade controlada pelos rebeldes. Na ocasião, em represália, Washington lançou 59 mísseis contra uma base aérea síria, a primeira intervenção armada dos Estados Unidos contra o governo de Damasco. "Se Assad cometer outro assassinato em massa com um ataque de armas químicas, ele e seus militares pagarão um preço alto", advertiu Spicer. "Qualquer novo ataque contra a população síria será atribuído a Assad, mas também à Rússia e ao Irã, que o ajudaram a matar seu próprio povo", declarou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, ontem à noite, pelo Twitter. Nesta terça-feira, o secretário britânico da Defesa, Michael Fallon, disse à rede BBC que seu país "apoiará" uma ação militar dos Estados Unidos, no caso de um ataque químico sírio. Aliado fiel da Síria, a Rússia classificou as declarações de Washington como "inaceitáveis". "Consideramos que tais ameaças contra o governo sírio são inaceitáveis", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ressaltando que Moscou desconhece as "razões", ou provas, que motivam as acusações americanas. "Se não houver investigação, culpar Assad é impossível, ilegítimo e injusto", completou Peskov. Assad nega, reiteradamente, que suas forças tenham usado armas químicas em abril contra a cidade rebelde de Khan Sheikhun, alegando que essas alegações "foram 100% fabricadas". O ataque deixou 88 mortos, incluindo 31 menores, e gerou uma onda de indignação na comunidade internacional. O presidente americano, Donald Trump, chegou a expressar sua indignação com o ataque de abril, devido, sobretudo, ao elevado número de crianças entre os mortos. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), esse bombardeio foi o segundo "ataque químico" mais sangrento desde o início do conflito em 2011. No primeiro, em 2013, usou-se gás sarin contra o subúrbio de Damasco. Pelo menos 1.400 pessoas morreram. Assad nega O presidente sírio garante que seu governo entregou em 2013 todas as armas químicas que tinha em seu poder com base no acordo negociado com a Rússia, para evitar a ameaça de um ataque dos Estados Unidos. O acordo foi posteriormente referendado em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. O secretário americano da Defesa, Jim Mattis, disse, porém, não ter "a menor dúvida" de que Damasco manteve armas químicas. Segundo um estudo militar israelense, Assad ainda dispõe de "algumas toneladas" de armas químicas. Nesse cenário, o porta-voz da Casa Branca lembrou, em sua nota de ontem, que "os Estados Unidos estão na Síria para eliminar o Estado Islâmico da Síria e do Iraque", e não para lançar uma guerra contra Assad. A declaração de Spicer foi corroborada por Mattis pouco depois. "Não atacaremos a menos que seja o inimigo, a menos que seja o Isis [acrônimo usado pelo governo americano para se referir ao EI]", declarou o chefe do Pentágono aos jornalistas que o acompanham em viagem pela Europa. A coalizão liderada pelos EUA na Síria apoia as forças rebeldes curdo-árabes que tentam reconquistar Raqa das mãos do Estado Islâmico e também ajudam as forças iraquianas a combater o grupo em Mossul, no Iraque. Enquanto isso, Assad conta com o apoio de bombardeios russos e do Irã. A guerra síria começou em 2011 com protestos contra o governo até se transformar em um devastador conflito. Pelo menos 320 mil pessoas já morreram. O lançamento de mísseis de cruzeiro pela Marinha russa buscou não somente eliminar a infraestrutura terrorista, mas teve também outros objetivos, não necessariamente evidentes, acredita o colunista da Sputnik Aleksandr Khrolenko.
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Os motivos alegados para a utilização dos mísseis são bastante claros: apoiar a ofensiva do Exército sírio, que segue liberando as partes do país das mãos de terroristas do Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países, afirma o jornalista.
Também é importante que tal avanço se produza em meio às discussões sobre as "zonas de desescalada" entre os três países garantes do cessar-fogo (Rússia, Irã e Turquia).
Porém, mesmo considerando tudo isso, "os Kalibr são armas sofisticadas destinadas a alvos mais importantes do que uns jihadistas com metralhadoras", notou. Então, por que foram utilizados os mísseis, quando os aviões podem fazer o mesmo? Os lançamentos contra alvos reais é a melhor forma possível de treinar as tripulações de navios de guerra, tanto mais que o campo de batalha está pleno de forças da OTAN. Ademais, as divergências na abordagem em relação à Síria entre Moscou, Bruxelas e Washington se agudizaram com a derrubada do Su-22 sírio por um caça americano, levando Moscou a fazer uma advertência direta aos aviões da coalizão de que estes seriam seguidos por radares antiaéreos. "Segundo a doutrina aérea dos EUA, no caso de os seus aviões serem seguidos por radares antiaéreos, se deverá estudar a localização destes radares e planejar de antemão um possível golpe preventivo contra eles antes de prosseguir com as operações", escreve o colunista citando o ex-general da brigada americana Kevin Ryan. Neste sentido, os EUA e seus aliados "temem as capacidades da Força Aeroespacial russa e não descartam um hipotético conflito na Síria", aponta Khrolenko. Deste modo, se espera que o mais recente lançamento de mísseis, junto com o "ultimato antiaéreo", reforce a mensagem de que a Rússia não vai ser intimidada pelas ações dos EUA contra Damasco, opina o especialista. "Moscou atua na região de forma legítima, a pedido do governo soberano sírio, enquanto a presença dos EUA é ilegal. Se os americanos quiserem ‘participar' do desmantelamento da Síria, então a Rússia tem armas para defender a soberania e a integridade territorial deste país", concluiu. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, avisou o Irã que Israel "considera como algo grave" suas intenções de estabelecer uma presença militar na Síria e armar o grupo xiita libanês Hezbollah com armamento avançado.
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Netanyahu fez as advertências no início da reunião de seu gabinete, no dia seguinte após diversos projéteis desviados com origem na Síria terem caído em território israelense (sem causar vítimas nem danos).
O exército de Israel bombardeou as posições das forças governamentais sírias de onde supostamente foram lançados os mísseis, matando duas pessoas, segundo as fontes sírias.
Por sua vez, o Ministério de Defesa da Rússia comunicou hoje (25) que a aviação israelense destruiu veículos blindados do grupo terrorista Frente al-Nusra (atual Frente Fatah al-Sham) e não posições das tropas governamentais sírias. "Nossa política é clara. Não aceitaremos nenhum tipo de 'chuva', nem de morteiros, foguetes ou propagação de fogo [da guerra síria]. Responderemos com força a qualquer ataque em nosso território contra nossos cidadãos", afirmou o premiê. Netanyahu tem reiterado repetidamente que não aceitará a presença militar iraniana permanente em sua fronteira. A Rússia iniciou a fabricação em série do Pantsir-ME, a versão naval do complexo antiaéreo russo Pantsir
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“O desenvolvimento do complexo de artilharia naval Pantsir-ME terminou. Ele já começou a ser produzido em massa”, declarou Sergei Chemezov. O diretor-geral da Rostec ainda disse que o sistema será apresentado no Salão Internacional Naval de São Petersburgo, entre os dias 28 de junho e 2 de julho.
O Pantsir-ME é capaz de atacar simultaneamente até quatro alvos que estejam voando a uma velocidade de 1.000 metros por segundo. O tempo de reação é de três a cinco segundos, segundo as referências divulgadas à imprensa.
O complexo pode atacar com seus mísseis alvos localizados até 20 quilômetros de distância, e a uma altitude de entre dois e 15.000 metros. Além disso, o seu canhão pode disparar objetos que estão a uma distância de 4 quilômetros e a uma altitude de zero a três quilômetros. A versão anterior do complexo, o Pantsir-S1, entrou em serviço no exército russo em 2012, e a Rússia fechou contratos de venda desse sistema na Argélia, Iraque e Emirados Árabes Unidos. O complexo é parte da defesa aérea que protege a aviação russa na Síria. A Rússia está atualmente levando a cabo um programa de rearmamento em larga escala, anunciado em 2010, que pretende modernizar a 70% de seu arsenal militar em 2020. O custo total do programa de modernização é estimado em cerca de 20 trilhões de rublos (cerca de US$ 330 bilhões). Um acordo de cessar-fogo foi assinado pelas forças armadas da Rússia com o governo de Latakia na Síria, informou à Sputnik um membro do Centro Russo para a Reconciliação na Síria.
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Aleksandr Vorontsov disse aos repórteres, durante a liberação regular de mais uma remessa de ajuda humanitária, que o acordo, assinado pelo comando militar russo foi o primeiro a ser celebrado com uma unidade federativa da república do porte de uma província até o presente momento.
O Centro de Reconciliação assinou numerosos acordos de paz locais com líderes de assentamentos sírios desde o estabelecimento de uma base no ocidente da Síria, no Mediterrâneo, há dois anos.
Mais cedo, líderes do grupo Ahrar al-Sham também assinaram acordos de adesão ao cessar-fogo na Síria. Está agora em curso o reequipamento do exército da República Tcheca. O Ministério da Defesa do país comunicou que em breve será realizada a substituição dos sistemas de mísseis balísticos soviéticos por análogos ocidentais.
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Entre os pretendentes para entrar em serviço no exército tcheco estão peças produzidas nos EUA, na Alemanha, em Israel ou por um consórcio europeu. O observador militar Viktor Litovkin disse à Sputnik República Tcheca que provavelmente serão os americanos quem ganhará este contrato de fornecimento muito vantajoso.
O especialista sublinhou que a República Tcheca precisa realmente de renovar seus sistemas de mísseis balísticos, porque os sistemas Kub, que agora estão em serviço, foram fornecidos ainda na época do Tratado de Varsóvia.
"Os EUA não permitirão que a República Tcheca decida de forma independente quem vai fornecer os novos sistemas", sublinha Viktor Litovkin. Por exemplo, os sistemas russos Buk-M2, Buk-M3 ou Tor-M2 são mais baratos do que os análogos ocidentais e mais eficazes em termos táticos e técnicos. O material militar russo é bem conhecido na República Tcheca, ainda existem especialistas que estudaram na Escola Militar de Mísseis Antiaéreos de Minsk. "Mas o exército tcheco hoje se orienta pelos padrões da OTAN. Ao mesmo tempo, os EUA não vão ceder o seu mercado de armas à Rússia, eles estão tentando substituir os produtores de armamentos russos na Europa", disse o observador militar. Este reequipamento do exército, que custará à volta de 19 bilhões de euros (ou seja, R$ 70,7 bilhões), está decorrendo no país por causa do "ambiente político instável e por causa da ameaça militar crescente da Rússia". "Não existe nenhuma ameaça militar russa à República Tcheca, [a Rússia] não vai entrar em guerra com ninguém. Eles assustam os países da OTAN com Moscou para obrigá-los comprar mais armamentos", disse o especialista. Viktor Litovkin lembrou que o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou ao poder prometendo criar postos de trabalho para seus cidadãos. A sua exigência para os países-membros da OTAN aumentarem seus gastos com defesa é mesmo uma garantia de compra de material militar norte-americano. Dessa forma, ele quer garantir lucros adicionais ao complexo militar-industrial dos EUA e novos empregos para os americanos. O cruzador nuclear pesado Pyotr Veliky e os destróieres Severomorsk e Vitse-Admiral Kulakov realizaram manobras simulando um ataque contra um submarino no mar de Barents, comunicou o serviço de imprensa da Frota do Norte.
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O ataque foi antecedido da busca do submarino, em que participaram helicópteros antissubmarino e navios com sistema sonar. Um submarino nuclear da Frota do Norte desempenhou o papel de "inimigo", enquanto simulava, por sua vez, a vigilância secreta e um ataque contra alvos na superfície.
"A tripulação do cruzador e dos navios antissubmarino demonstraram uma forte preparação para a guerra antissubmarino, operando em conjunto", disse o chefe interino do serviço de imprensa da frota, capitão Andrei Luzik.
O Pyotr Veliky é dotado de 10 lançadores de mísseis, enquanto os navios Severomorsk e Vitse-Admiral Kulakov utilizam mísseis do complexo Rastrub-B. As fragatas Admiral Essen e Admiral Grigorovich e o submarino Krasnodar realizaram lançamentos de seis mísseis de cruzeiro Kalibr contra alvos do grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia) na província síria de Hama.
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O lançamento foi efetuado a partir da parte oriental do mar Mediterrâneo, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa russo.
Os militares russos garantem que os mísseis destruíram pontos de comando e depósitos de armas. Posteriormente, aviões da Força Aérea russa eliminaram o resto dos militantes e a infraestrutura do Daesh na área.
O Ministério da Defesa também destaca que os comados da Turquia e Israel foram avisados sobre o ataque. Derrubada de aeronave síria é mais recente sinal do crescente envolvimento militar de Washington no conflito, o que pode levar a um confronto direto com forças russas. Nenhum dos dois lados, porém, tem interesse nisso.
Michael Knigge | Deutsch Welle
Quando o caça F/A-18E Super Hornet derrubou um avião militar sírio de fabricação russa SU-22, depois que a aeronave supostamente atacou combatentes apoiados pelos Estados Unidos perto da cidade de Raqqa, não demorou muito para que a Rússia respondesse ao que considerou uma "agressão" às forças do governo sírio, apoiadas pelo Kremlin.
As autoridades russas não só suspenderam o chamado "canal para redução de conflitos" com os Estados Unidos, criado para evitar possíveis incidentes militares entre os dois países, como ainda disseram que seus militares derrubariam qualquer avião estrangeiro a oeste do rio Eufrates, que consideram área para operações do Kremlin.
Yezid Sayigh, especialista em Síria do centro de estudos Carnegie Middle East Center, diz que a questão-chave sobre o incidente é a razão para o governo do presidente Bashar al-Assad enviar um avião de combate a Raqqa, o que não havia feito há anos. "Minha avaliação é que o regime está testando lá e em Badia, a área desértica do sudeste sírio, as 'linhas vermelhas' dos Estados Unidos, e os Estados Unidos estão simplesmente delineando essas linhas vermelhas, não mais do que isso", avalia. Riscos de recrudescimento O incidente chamou a atenção para o conflito na Síria entre as forças apoiadas pela Rússia e as apoiadas pelos Estados Unidos, o qual tem potencial para colocar os dois países em combate direto na batalha pelo futuro da Síria. Antes da derrubada do avião de guerra, as forças dos Estados Unidos atingiram as forças pró-governo sírio três vezes nas últimas semanas para contra-atacar o que afirmaram ser ataques a grupos aliados. Os EUA elevaram recentemente o apoio militar a seus aliados na Síria, num esforço para expulsar o chamado "Estado Islâmico" da cidade de Raqqa, considerada a última fortaleza dos jihadistas no país. "Os riscos de recrudescimento e de confronto direto entre os Estados Unidos e a Rússia aumentaram, e alguns podem até dizer que isso já existe, pois o número de incidentes aumentou", ressalta Jonathan Stevenson, ex-assessor da Casa Branca para assuntos de segurança político-militares, Oriente Médio e África do Norte. "É uma situação muito perigosa", alerta Iwan Morgan, professor de estudos americanos na universidade britânica University College London. "As chances de confronto aumentaram significativamente." Embora vejam um risco maior de confronto direto, tanto Stevenson quanto Morgan avaliam que nem os Estados Unidos nem a Rússia têm interesse em deixar a situação se acirrar ainda mais. O governo dos EUA provavelmente quer evitar ver as coisas piorarem a tal ponto que se torne necessário um emprego de tropas terrestres na Síria maior do que o pretendido, de acordo com Stevenson. Novas hostilidades são prováveis Na opinião do especialista, a Rússia também teme que uma piora na situação possa sobrecarregar suas forças militares a ponto de elas não conseguirem responder à altura das capacidades dos Estados Unidos. Morgan pondera que, embora nem os Estados Unidos nem a Rússia tenham interesse no confronto, "é claro que você poderia dizer isso sobre muitos conflitos na história que mesmo assim chegaram a um certo ponto e transbordaram". Ele acrescenta, ainda, que um possível confronto entre os Estados Unidos e o Irã, outro país que apoia o governo sírio, também é preocupante. Já em maio, num incidente que recebeu comparativamente pouca atenção, caças americanos atacaram forças xiitas que haviam se aproximado demais dos soldados dos Estados Unidos na fronteira da Síria com o Iraque. Os analistas concordam que, embora seja difícil discernir uma estratégia mais ampla dos EUA – que vá além da atual operação contra o "Estado Islâmico" –, a mudança de regime está, ao menos por enquanto, fora da agenda de Washington. Mas Stevenson avalia que novas hostilidades entre a Rússia e os Estados Unidos – intencionais ou acidentais – são prováveis, especialmente se o uso do canal para redução de conflitos se tornar mais esporádico e os EUA aumentarem gradualmente suas operações em apoio às forças da oposição. As restrições orçamentárias impedem que o Brasil celebre um acordo para importação dos sistemas russos Pantsir-S1, afirmou o novo embaixador brasileiro na Rússia, Antonio Salgado, em uma entrevista à Sputnik.
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As negociações sobre o fornecimento dos sistemas de defesa antiaérea Pantsir-S1 russos para o Brasil começaram ainda no ano de 2013, porém, devido à complexa situação política no país, a celebração do contrato foi várias vezes adiada.
De acordo com o diplomata, o Brasil conhece bem os armamentos russos, que recebem elogios por parte dos militares brasileiros.
"Eles falam bastante bem sobre o sistema Pantsir do ponto de vista tecnológico. Entretanto, as condições orçamentárias atuais impedem neste momento a concretização do negócio", afirmou o embaixador brasileiro. "Mas eu ressalto que o campo da defesa é um campo muito promissor no desenvolvimento das relações do Brasil com a Rússia. […] As negociações já decorrem há algum tempo, mas quanto a planos de crédito ou linhas de crédito, disso eu não tenho conhecimento", adiantou. A operação do Pantsir-S1, desde a busca de alvos até à sua destruição, se realiza com um mínimo de cálculos e com curto tempo de resposta. Ao mesmo tempo, o equipamento pode usar seus canhões e mísseis, mesmo em movimento, contra todos os tipos de alvos, tanto tripulados como não tripulados. Devido ao sistema adaptativo de controle de mísseis por radar-ótico multifeixe, o Pantsir-S1 tem elevada proteção contra interferências e grande capacidade de sobrevivência em condições de supressão eletrônica e de fogo. Ele foi criado de forma modular e pode ser instalado sobre diferentes chassis, com rodas ou lagartas, bem como em plataformas estacionárias. O chanceler russo, Sergei Lavrov, comentou o ataque da coalizão internacional liderada pelos EUA contra o avião militar sírio.
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"Apelamos aos EUA e a todos os outros que têm suas forças ou conselheiros no terreno [sírio] para que garantam a coordenação no nosso trabalho. As zonas de desescalada são uma das possíveis variantes de avanço. Convidamos todos a evitar ações unilaterais, a respeitar a soberania da Síria e a se juntarem a nós no nosso trabalho comum, que é coordenado com o Governo da Síria", declarou ministro do Exterior russo.
Comentando a situação atual na Síria, inclusive a presença dos EUA no sul do país, Sergei Lavrov frisou que todas as ações devem ser acordadas com Damasco.
"É assim que fazemos com o Irã e a Turquia enquanto avançamos nas negociações em Astana, todas as nossas iniciativas, propostas, coordenamos com a parte síria", lembrou ministro. A coalizão internacional liderada pelos EUA derrubou neste domingo um avião da Força Aérea da Síria nos arredores da cidade de Raqqa. A coalizão internacional está realizando uma operação militar na Síria contra os militantes do grupo Daesh desde 2014. Mas a coalizão está atuando sem autorização do governo legítimo do país. Militares russos, depois do incidente com o avião da Força Aérea síria derrubado por um caça-bombardeiro dos EUA, suspenderam a cooperação com o Pentágono que visava evitar incidentes no espaço aéreo sírio.
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A partir de agora, a aviação e drones da coalizão internacional serão acompanhados pelas unidades da defesa antiaérea russa, declarou o Ministério da Defesa da Rússia que traçou a "linha vermelha" ao longo do rio Eufrates.
Em um comentário para a Sputnik Japão, o analista militar Konstantin Sivkov expressou a opinião que o Su-22 derrubado é mais um sinal de a guerra na Síria estar passando para uma nova fase.
"O Su-22 derrubado pelos norte-americanos é uma ação muito grave. De fato, é mais um sinal de que a guerra na Síria está passando para uma nova fase, a fase da intervenção militar dos EUA contra a Síria. É grave e é perigoso", explica Sivkov. Ele prevê o que pode acontecer depois deste incidente. A Rússia poderia desistir de apoiar a Síria, mas isto significaria o fim da autoridade de Putin, o que pode criar o risco de perturbações no país, opina o analista. Ou então a Rússia teria que entrar numa guerra com os Estados Unidos. "O bombardeio da base área de Shayrat, o ataque contra tropas sírias perto da fronteira com a Jordânia e, agora, a derrubada do Su-22. Os EUA começaram sua agressão gradualmente. Isto é muito perigoso", resumiu o analista militar russo. A coalizão internacional liderada pelos EUA que luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) na Síria confirmou que tinha derrubado um avião sírio Su-22 na província de Raqqa após este ter supostamente lançado bombas próximo das posições da oposição síria (Forças Democráticas Sírias). Damasco, por sua vez, declarou que, no momento, o caça sírio estava participando de uma operação contra o agrupamento terrorista Daesh. Nos últimos seis anos, a presença e influência dos EUA na Síria têm diminuído, enquanto as dos russos, pelo contrário, cresceram.
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Esta situação não corresponde às expetativas dos norte-americanos, o que explica a atual incursão em Al Tanf, opinou em entrevista à Sputnik Árabe o especialista militar sírio, Hasan Hasan.
"Os norte-americanos montaram seus sistemas de mísseis em lugares onde não há necessidade de lutar contra terroristas. Além disso, estas ações não foram coordenadas com o governo sírio. Tudo isso faz parte de uma agressão contra a soberania síria", disse o especialista.
Na opinião de Hasan, com suas ações os EUA querem mostrar ao mundo, nomeadamente à Rússia, que "a lei internacional não se aplica aos norte-americanos, que são eles que ditam as leis". Segundo ele, o avanço do exército sírio em direção à fronteira com o Iraque e à milícia iraquiana Hasdi Sabi está destruindo os planos estratégicos dos EUA para isolar a Síria do resto do mundo. "Os EUA estão tentando impedir que o exército sírio tome sob seu controle a fronteira sírio-iraquiana e romper as ligações entre as partes que oferecem resistência: Teerã — Bagdá — Damasco — Jerusalém — Iêmen." Nestas condições, é muito importante manter sob controle o posto de fronteira sírio-iraquiana de Al Waleed, que serve de base para a oposição armada apoiada pelos EUA e seus aliados, e que neste fim de semana foi reconquistado aos militantes. É uma posição estratégica importantíssima, pois abre caminho para a Síria, o Iraque e a Jordânia, de acordo com Hasan Hasan. Quanto à trégua, declarada pela oposição armada síria, a última "está cumprindo totalmente as instruções de seus patrocinadores estrangeiros, que prosseguem sua própria política na Síria", disse o especialista sírio em entrevista à Sputnik Árabe. Nesta segunda-feira (19), o Ministério da Defesa russo disse em um comunicado que a derrubada do avião da Força Aérea síria pela aviação americana é uma "violação cínica da soberania da República árabe da Síria".
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Além disso, a entidade comunicou que, a partir de 19 de junho, o ministério suspende a interação com os EUA no âmbito do memorando conjunto sobre a prevenção de incidentes no espaço aéreo sírio.
"A partir de 19 de junho do ano corrente, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia suspende a cooperação com a parte americana no âmbito do memorando conjunto sobre a prevenção de incidentes e garantia de segurança dos voos da aviação no decorrer das operações na Síria e exige uma investigação escrupulosa por parte do comando americano, com apresentação dos respectivos resultados e medidas tomadas", diz-se no comunicado.
"Nas regiões do espaço aéreo sírio onde a aviação russa efetua suas missões de combate, quaisquer meios aéreos, inclusive aviões e veículos não tripulados da coalizão internacional, detectados a oeste do rio Eufrates serão acompanhados pelos dispositivos aéreos e terrestres da defesa antiaérea russos e considerados como alvos aéreos", advertiram os militares russos. Ademais, o ministério frisou que as ações americanas em relação às Forças Armadas da Síria podem ser qualificadas, de fato, como "agressão militar". "As repetidas ações militares da aviação americana sob o disfarce de 'combate ao terrorismo' contra as Forças Armadas legítimas de um país-membro da ONU são uma violação gritante do direito internacional e, de fato, um ato de agressão militar em relação à República Árabe da Síria", indica o comunicado do ministério. A entidade adiantou que o comando da coalizão internacional, encabeçada pelos EUA, não usou os canais de comunicação com a Rússia para prevenir incidentes no espaço aéreo durante a operação em Raqqa, onde um avião governamental Su-22 foi abatido. "Naquele momento, os aviões da Força Aeroespacial russa estavam atuando no espaço aéreo sírio. Porém, o comando das forças da coalizão não usou o canal de comunicação que existe entre os comandos aéreos da base aérea de Al-Udeid (no Qatar) e a base de Hmeymim [na Síria] para prevenção de incidentes no espaço aéreo sírio", prosseguiu. A coalizão internacional liderada pelos EUA que luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) na Síria e no Iraque confirmou que tinha derrubado um avião sírio Su-22 na província de Raqqa após este ter supostamente lançado bombas próximo das posições da oposição síria (Forças Democráticas Sírias). Damasco, por sua vez, declarou que, no momento, a aviação síria estava realizando uma operação contra o agrupamento terrorista Daesh. Ainda resta 1% de armas químicas herdadas da União Soviética.
Nikolai Litôvkin | Gazeta Russa
Na última terça-feira, os militares russos destruíram as suas últimas reservas de gás sarin, de acordo com o programa Nunn-Lugar, de 1991, que inclui a assistência financeira aos países da ex-União Soviética para a desativação de armas nucleares e químicas.
Segundo o diretor do departamento federal para armazenagem e destruição de armas químicas, Valéri Kapáchin, até o terceiro trimestre de 2017, a Rússia destruirá os últimos estoques deste tipo de armamento.
Após a queda da União Sovietica, a Rússia começou a diminuir os estoques de armas químicas. De acordo com a Convenção sobre a Eliminação de Armas Químicas, no final dos anos 90, Moscou desativou e armazenou cerca de 40 mil toneladas de agentes e munições em locais remotos. “São os agentes organofosforados, gases que agem no sistema nervoso, gas mostarda: iperita, lewisite, sarin, soman e gás tóxico VX, encontrados em cápsulas de artilharia, minas, mísseis, bombas, ogivas de mísseis táticos ou vagões-tanque”, disse o analista militar da agência de notícias TASS, Víktor Litôvkin. Ajuda externa "Os países ocidentais, especialmente os Estados Unidos, Canadá e a União Europeia ofereceram ajuda significativa na destruição dos agentes de guerra química. De acordo com estimativas, foram investidos vários milhões de dólares na destruição de armas russas, algo em torno de 2 a 5 por cento do custo total”, disse o editor-chefe da revista Arsenal Otechestva, Víktor Muralhôvski. A assistência inclui o fornecimento de equipamentos de monitoramento ambiental essencial. Um dos argumentos principais para esta ajuda foi apresentado no Congresso dos EUA pelo senador democrata do Estado da Geórgia, Sam Nunn. Segundo ele, era necessário ajudar os russos a destruir as suas armas químicas para eliminar ameaças aos Estados Unidos. Problemas com o uso Nos locais onde acontece a destruição dos armamentos, o governo construiu cidades modernas com infraestrutura necessária: lojas, hospitais, escolas e instalações desportivas. Assim, o programa de destruição de armas químicas acabou beneficiando o desenvolvimento de regiões remotas da Rússia. No entanto, hoje, os militares enfrentaram o novo problema: a reciclagem dos resíduos produzidos no processo. "Os especialistas abrem os mísseis, minas ou bombas com agentes químicos e injetem substâncias que convertem o conteúdo em uma massa não-tóxica que poderá ser processada", explica Litôvkin. Uma parte desses resíduos é considerada como 'útil' e poderá ser usada para extrair arsênio e outros elementos utilizados na fabricação de componentes para a indústria eletrônica, polímeros e pesticidas. Segundo os especialistas, hoje, a Rússia já tem mais de 140 mil toneladas desses resíduos. No entanto, os outros 100 mil toneladas de resíduos não podem ser processados e devem ser enterrados em locais especiais, algo que tem um custo considerável. Cinco navios da Frota do Mar Negro participam de exercícios no Mediterrâneo.
Sputnik
Segundo comunicou o Ministério da Defesa da Rússia, os exercícios planejados se realizam sob direção do vice-comandante da Frota do Mar Negro Valery Kulikov.
"Após a realização de uma operação de escolta, de treinamentos de organização da defesa coletiva contra a aviação do inimigo, de proteção antissubmarina e contra sabotagem, os cinco navios de guerra, divididos em dois grupos, realizaram um combate naval simulado e treinamento da defesa radioativa, química e biológica", acrescentou à Sputnik o porta-voz da Frota do Mar Negro Vyacheslav Trukhachev.
Os exercícios vão continuar até 27 de maio. |
AutorLuiz Maia HistóricoCategorias
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