Washington está preparando terreno para agressão militar contra a Síria ao ter acusado o presidente do país, Bashar Assad, de estar preparando um novo ataque químico, declarou à Sputnik o vice-presidente do Comitê da Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Andrei Krasov.
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Mais cedo, a Casa Branca acusou as autoridades sírias de estar preparando um novo ataque com armas químicas e avisou que EUA não iriam se calar. "[Washington] está preparando o terreno para justificar essa agressão militar contra um Estado soberano [Síria]", acredita.
Krasov também apontou que EUA sempre usam "notícias falsas" para "desestabilizar a situação em certos países".
Em particular, o deputado especificou a situação no Iraque, quando o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU suposta informação sobre o governo iraquiano possuir armas químicas que, por sua vez, justificou a invasão no país, bem como a derrubada de Sadam Husein. "Não há nada de novo, acho que a comunidade internacional deva condenar essas ações impulsivas por parte da administração dos EUA", apontou. A oposição síria denunciou, em 4 de abril, um suposto ataque com armas químicas na cidade de Khan Shaykhun (província de Idlib), que deixou mais de 80 mortos, segundo a Organização Mundial de Saúde. Forças de oposição culparam Damasco pelo incidente, mas as autoridades sírias rejeitaram as acusações, alegando que todos os arsenais químicos foram retirados do país e eliminados sob a supervisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ). O governo sírio declarou nunca ter usado substâncias tóxicas contra a sua população, nem contra forças de oposição ou terroristas. Apesar de a investigação do ataque ainda não ter sido concluída, em 7 de abril, 59 mísseis norte-americanos atacaram a base aérea síria de Shayrat (província de Homs), em "retaliação" ao uso de armas químicas pelo governo de Bashar Assad.
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A Rússia iniciou a fabricação em série do Pantsir-ME, a versão naval do complexo antiaéreo russo Pantsir
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“O desenvolvimento do complexo de artilharia naval Pantsir-ME terminou. Ele já começou a ser produzido em massa”, declarou Sergei Chemezov. O diretor-geral da Rostec ainda disse que o sistema será apresentado no Salão Internacional Naval de São Petersburgo, entre os dias 28 de junho e 2 de julho.
O Pantsir-ME é capaz de atacar simultaneamente até quatro alvos que estejam voando a uma velocidade de 1.000 metros por segundo. O tempo de reação é de três a cinco segundos, segundo as referências divulgadas à imprensa.
O complexo pode atacar com seus mísseis alvos localizados até 20 quilômetros de distância, e a uma altitude de entre dois e 15.000 metros. Além disso, o seu canhão pode disparar objetos que estão a uma distância de 4 quilômetros e a uma altitude de zero a três quilômetros. A versão anterior do complexo, o Pantsir-S1, entrou em serviço no exército russo em 2012, e a Rússia fechou contratos de venda desse sistema na Argélia, Iraque e Emirados Árabes Unidos. O complexo é parte da defesa aérea que protege a aviação russa na Síria. A Rússia está atualmente levando a cabo um programa de rearmamento em larga escala, anunciado em 2010, que pretende modernizar a 70% de seu arsenal militar em 2020. O custo total do programa de modernização é estimado em cerca de 20 trilhões de rublos (cerca de US$ 330 bilhões). A jovem Lamiya Aji Bashar, de 18 anos, é uma das milhares de jovens yazidis que os terroristas do Daesh sequestraram no Iraque com o objetivo de convertê-las em escravas sexuais.
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Mas a jovem teve a sorte de conseguir escapar do inferno e agora leva ao mundo a história de tragédia, tanto a sua quanto do seu povo. Ela hoje vive na Alemanha, onde foi possível começar a retomar a sua vida – a começar por uma série de cirurgias nos olhos e no rosto, que foi gravemente ferido quando ela fugia do seu cativeiro e acabou atingida pela explosão de uma mina.
“Me operaram os dois olhos, e um deles não foi possível salvar. Todo mês tenho que ir ao hospital e me submeter a operações porque o meu rosto todo não estava bem”, contou Lamiya, em entrevista ao jornal espanhol ABC de Madri, cidade onde esteve para participar de um encontro organizado pela Casa Árabe e o governo regional do Curdistão no Iraque.
A jovem foi sequestrada pelo Daesh durante o ataque dos jihadistas a sua comunidade no monte Sinjar, no norte do Iraque. Lá foram assassinados e capturados cerca de 9.900 yazidis. “Mataram quase todos os homens e mulheres do meu povo, entre os quais 80 anciãs porque não serviam para nada. Qaundo são jovens elas podem ser vendidas, podem ser usadas como escravas sexuais…”, relembrou Lamiya, que acabou tendo o seu destino assim traçado pelos terroristas. Ela ficou cerca de 20 meses nas mãos dos terroristas do Daesh, tendo sido vendida como escrava sexual em quatro ocasiões, tendo nesse período enfrentado uma série de atrocidades, algo que a fez ponderar sobre o suicídio. “O Daesh capturou toda a minha família: meus irmãos, meus pais, meus tios… Também tenho uma irmã, com quatro filhos pequenos, que não sei onde está. Talvez no Iraque ou na Síria”, comentou. Por sua história, Lamiya foi agraciada com o Prêmio Sakharov em 2016, dividindo o prêmio com outra jovem yazidi, Nadia Murad. Ambas e outras vítimas do Daesh querem levar os terroristas para serem julgados pelo Tribunal Penal de Haia, para que sejam condenados por suas atrocidades. “Estão matando homens, mulheres e crianças. Não estão deixando nada com vida. Fui a vários países falar da nossa situação, como a Nadia, mas até agora nada aconteceu”, lamentou. Nos últimos seis anos, a presença e influência dos EUA na Síria têm diminuído, enquanto as dos russos, pelo contrário, cresceram.
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Esta situação não corresponde às expetativas dos norte-americanos, o que explica a atual incursão em Al Tanf, opinou em entrevista à Sputnik Árabe o especialista militar sírio, Hasan Hasan.
"Os norte-americanos montaram seus sistemas de mísseis em lugares onde não há necessidade de lutar contra terroristas. Além disso, estas ações não foram coordenadas com o governo sírio. Tudo isso faz parte de uma agressão contra a soberania síria", disse o especialista.
Na opinião de Hasan, com suas ações os EUA querem mostrar ao mundo, nomeadamente à Rússia, que "a lei internacional não se aplica aos norte-americanos, que são eles que ditam as leis". Segundo ele, o avanço do exército sírio em direção à fronteira com o Iraque e à milícia iraquiana Hasdi Sabi está destruindo os planos estratégicos dos EUA para isolar a Síria do resto do mundo. "Os EUA estão tentando impedir que o exército sírio tome sob seu controle a fronteira sírio-iraquiana e romper as ligações entre as partes que oferecem resistência: Teerã — Bagdá — Damasco — Jerusalém — Iêmen." Nestas condições, é muito importante manter sob controle o posto de fronteira sírio-iraquiana de Al Waleed, que serve de base para a oposição armada apoiada pelos EUA e seus aliados, e que neste fim de semana foi reconquistado aos militantes. É uma posição estratégica importantíssima, pois abre caminho para a Síria, o Iraque e a Jordânia, de acordo com Hasan Hasan. Quanto à trégua, declarada pela oposição armada síria, a última "está cumprindo totalmente as instruções de seus patrocinadores estrangeiros, que prosseguem sua própria política na Síria", disse o especialista sírio em entrevista à Sputnik Árabe. |
AutorLuiz Maia HistóricoCategorias
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